Drops #1 - Orgulho PcD
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Drops #1 - Orgulho PcD

Atualizado: 2 de ago. de 2022

Neste episódio especial, falamos sobre a importância de existir um mês para celebrar o orgulho PCD


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Transcrição:


Jess: Sejam bem vindes a mais um "piranhas cast", o podcast das piranhas com deficiência! Eu sou a Jéssica Fontoura.


Beto: Eu sou Beto Maia!


Zé Felipe: Eu sou Zé Felipe!


Jess: E hoje temos uma convidada mais que especial! E ela mesma vai se apresentar, vocês merecem conhecer essa pessoa maravilhosa. Seja bem vinda, Pri!


Pri: Olá, gente! Obrigado Jess! O meu nome é Priscila, eu fundei o Vale PCD. O Beto faz parte de lá junto comigo. Né, Beto? A gente tem muito trabalho por lá todos os dias, mas é um trabalho que vale a pena. E estou muito contente de estar aqui com vocês hoje!


Jess: Maravilha! A gente fica muito feliz em te receber aqui, Pri! O apoio que o Vale PCD tá dando para o nosso podcast tá sendo imprescindível para que a gente chegue em mais pessoas, para que a gente possa garantir que o programa seja consumido por mais pessoas, o mais possível! E a Pri está aqui num episódio muito importante para nós, que marca um novo formato que está sendo testado, está sendo lançado por nós, que é o "Drops" do podcast das piranhas. Que é esse formato que nós vamos inaugurar com esses episódios mais esporádicos, mais curtos, mais direto e reto ao tema específico, que a gente vai falar que nesse mês, dessa vez é sobre o orgulho PCD. Então a gente vai falar aqui brevemente sobre qual a importância desse mês, porque além de tudo somos piranhas, mas também somos PCD's! E a gente precisa deixar aqui a nossa bandeirinha cravada, né?


Beto: Piranhas com consciência de classe!


Jess: Exatamente! Ponha se no seu lugar, piranha! (Risos)


Jess: Então minha gente, pra vocês, qual é a importância de termos esse mês do orgulho PCD?


Beto: Fui falando e atropelando geral aí! (Risos)


Beto: Eu acho que principalmente dar visibilidade da pessoa com deficiência no meio, né? Inserida na sociedade, porque a gente não… ao passar na sociedade que trava muitas lutas, muitas vezes solitárias, né? As pessoas acabam não sabendo daquilo que a gente passa, muitas vezes no nosso dia a dia, quais são os direitos que a gente já conquistou, quais são os direitos que a gente está lutando para conquistar, quais são os direitos que a gente perdeu recentemente, inclusive, né? É importante a gente saber disso também, do que está acontecendo. Eh, celebrar a nossa existência, porque o simples fato da gente existir nessa sociedade que a gente tem hoje é um ato de resistência muito grande, é um ato político de resistência muito grande, da gente existir e celebrar tudo isso que a gente viveu, vive, né? E a gente projeta um futuro melhor, eu acho que isso é fundamental para todas as pessoas, e que isso chegue a mais pessoas, para saberem que esse mês também existe. Ai, "militei toda"! (Risos)


Jess: "militudooo"!


Pri: Gente, esse mês é extremamente desconhecido ainda, né? Muita gente não sabe que ele existe, ele é super internacional! E bem focado lá nos Estados Unidos principalmente.A gente precisa trazer mais essa data para o conhecimento aqui do brasileiro. Lá fora tem muitas paradas do orgulho pcd. Aqui a gente não tem muito como fazer porque o brasil quase não tem acessibilidade, como que a gente vai chegar num espaço para fazer uma parada dessa na rua? Mas também é um mês importante, é um período importante para a gente celebrar. A gente quase não para pra pensar nisso, porque o recorte pcd é só luta, luta, luta e briga por direitos e tudo mais, a gente quase nao para pra se olhar e falar:poxa, eu também mereço ter orgulho de quem eu sou, no meu recorte por exemplo, não só na parte LGBT, não só em junho, enquanto uma mulher bissexual, mas tambem como uma pessoa com deficiencia que da a cara a tapa todo dia, que elebra a luta e tudo aquilo que qua as outras pessoas tambem fizeram para a gente estar onde estamos hoje, né? Não foi do nada, outras pessoas chegaram antes e ajudaram a gente nesse caminho que a gente tá continuando nessa história que não é fácil, mas que é muito importante a gente também reconhecer a nossa comunidade. Ah… Eu tô me perdendo no que eu estou dizendo. (Risos) Mas é um mês muito massa! Eu queria que ele fosse mais reconhecido, eu queria que as empresas também olhassem para gente como olham para o mês de junho, o mês da diversidade LGBT. Ninguém tá olhando para a gente, ainda enquanto consumidor, enquanto pessoas que merecem ser celebradas. Eu tô esperando muito por esse dia também!


Jess: Falou tudo! Falou tudo! Nossa! Eu acho que muito disso que tu trouxe do próprio PCD se olhar e realmente se orgulhar, né? Porque a gente encontra nesse nosso caminho de luta, mas é muito importante, tão importante quanto a luta é importante o orgulho, é se olhar e se ver bonitos, entender que a sua forma de ver o mundo, de se encaixar no mundo, a sua forma de existir não é errada! Ele é simplesmente uma forma e ela é bonita do jeito que ela é, isso é o orgulho, né?


Pri: A gente tá sempre lutando por espaço, a gente pode parar um pouquinho e relaxar e também se orgulhar e também se reconhecer enquanto uma pessoa que merece estar lá vivendo, merece existir!


Zé Felipe: Isso que a Pri falou de ser algo muito… ainda pouco conhecido, é muito real! Porque eu mesmo descobri o mês do orgulho PCD pelo Vale PCD, ano passado. E quando eu fiz um vídeo sobre, no YouTube e no Tik Tok, teve muita gente comentando que não sabia dessa existência, tanto PCD's, quando não PCD's. E é muito importante a gente abrir espaço para falar disso e realmente esperar que um dia a gente tenha o mesmo respeito e a mesma representatividade de junho, por exemplo. Seria incrível realmente ter paradas PCD's por aí! Um encontro com vários PCD's, seria incrível!


Jess: Sim, disse tudo!


Pri: Eu não sei se é do conhecimento de vocês, a gente tem uma bandeira do orgulho PCD, até o ano passado ela era um pouco inacessível, porque ela era em formato de zigzag. E aí em outubro de 2021 ela foi alterada, porque estava dando convulsão em algumas pessoas inclusive e podia dar também alteração sensorial em vários níveis e aí ela foi alterada. Agora ela ficou bem acessível e continua bem bonitinha.


Jess: Chocada!


Beto: Eu lembro que quando eu descobri a bandeira eu pedi para fazer um LED pra mim da bandeira. E ficou a coisa mais linda do mundo! Só que não tinha sido alterado ainda, então o meu LED ainda é em zigzag.


Jess: É um raiozinho muito fofo!


Beto: É!


(Risos)


Beto: Mas a forma de como isso foi pensado, da bandeira, que eu acho interessante, a original. Eu entendo os motivos que levaram às alterações e positivíssimo, isso! Que cada linha, cada cor representava ali um tipo de deficiência. E o zigzag seria o desvio dos obstáculos que a sociedade impõe para a gente. E tipo assim, é um detalhe mínimo da coisa ali, mas que, sabe, representa muito real o que realmente rola.


Jess: Sim.


Beto: E eu acho que a gente tá sendo precursores, os vanguardistas da época que pessoas com Deficiência estão se tornando protagonistas do movimento, né? Porque a gente fala sobre isso, a gente cria conteúdo sobre isso, algumas pessoas não gostam da palavra, mas a gente "milita" sim sobre isso! Porque é preciso! E isso é um movimento recente que está nascendo agora, e inclusive a gente tá indo junto, caminhando praticamente de mãos dadas, todo mundo junto, falando sobre essas coisas e isso é muito legal. Saber que que a gente fez parte disso!


Jess: Sim!


Jess: Essa própria adaptação que houve na bandeira é um ótimo exemplo de como a própria comunidade está ainda se adaptando, ainda está encontrando a sua forma de mostrar pro mundo a nossa forma de existir! Como estamos aqui, como estamos aprendendo ainda como incluir todas as deficiências, como incluir todo mundo dentro dessas representações, né?


Beto: Sim!


Beto: Eu li esses dias no LinkedIn que toda vez que se fala em acessibilidade, quando da pessoa com deficiência, a moça que fez o posto, agora eu não vou lembrar, porque tava rolando o feed, mas ela colocou assim: quando se fala em pessoas com deficiência forma-se uma tríade, que é o surdo, cego e cadeirante. Como se fosse as únicas questões possíveis de existir.


Pri: Sim, como se não existissem mais nada, né?


Beto: Né?


Beto; E que são todas iguais.


Pri: Inclusive eu não sei se vocês percebem isso, mas sempre que tem tem evento, eventos assim que tem área reservada é a "área do cadeirante". Não tem mais ninguém que vai usar, é só o cadeirante.


Jess: É! É triste! É triste isso!


Jess: Éh, eu enquanto uma pessoa baixa visão, sei que as adaptações para pessoas com deficiência visual são sempre para quem não enxerga nada e o baixa visão é sempre esse lugar de "não Deficiência". Tipo: ah, mas você enxerga, então… É sempre essa coisa de tentando reafirmar quais são as adaptações que tu precisa para tua deficiência. Então a gente tem que ir lá e mostrar, tem que apresentar qual que é o teu lugar de representação também, né?


Jess: Eu também acho que isso vai muito de encontro com o que estamos fazendo aqui com esse podcast, com este programa. O que a gente está fazendo ao existir um programa que está se propondo a falar sobre sexo, relacionamento, sobre pessoas deficiência que transam, "oh meu deus! O Zé Felipe contou uma história de pegação na cadeira, como assim?"


(Risos)


Jess: Isso é militar de uma forma nossa! De uma forma própria nossa! Mostrando a nossa originalidade, a nossa identidade, enquanto pessoas além da deficiência, né?


Pri: Falar da nossa deficiência é importante, a gente militar é importante, mas a gente é piranha também! A gente também tem desejos, nós também somos pessoas que transam, que se relacionam de formas diferentes e está tudo bem!


Jess: E está tudo ótimo! Quem não gosta? E porque nós gostaríamos? (Risos)


Zé Felipe: Por mais que parece que as pessoas tem muita dificuldade de engolir isso, elas vão ter que engolir querendo ou não que a gente tem desejos, temos sexualidade e vamos exercer isso!


Pri: Posso contar uma história pra vocês?


Jess: Por favor.


Jess: Claro!


Zé Felipe: Claro!


Pri: Quando eu estava na faculdade, no comecinho, eu era bem fechada ainda, não era tão, tão aberta como eu sou hoje, mas na época eu era super fechadinha e aí me interessei por um garoto que era de uma turma mais a frente que a minha. E a gente conversava bastante, eu queria muito que ele me chamasse para sair. E aí um dia eu fui e falei: Pô! Vai me chamar pra sair nunca? (Risos) Aí ele falou: Ah, é porque eu agora não posso. Aí passou. Anos depois, acho que dois anos atrás, eu perguntei para ele: Pô! Porque você não me chamou pra sair antes? Naquela época? Você realmente não podia? Aí ele falou: Não, eu achei que você não transava.


Jess: Meu Deus!


Zé Felipe: Nossa!


Beto: Meu Deus!


Jess: Ele nem cogitou a possibilidade de se tu está chamando é porque tu tem um interesse em rolar alguma coisa.


(Risos)


Pri: É, ele falou: achei que tu não transava. Então… Triste! Mas quem perdeu foi ele! (Risos)


Jess: "Tá queridoo!"


Zé Felipe: É o que nós falamos no episódio passado, também, que as pessoas presumem muita coisa, por a gente. A gente nem disse nada, mas a pessoa já está presumindo que a gente não faz essas coisas.


Jess: Exatamente! E oh se fazemos! Né minha gente? (Risos)


Beto: Então né?


Zé Felipe: Inclusive saudades!


Beto: Saudade num domingo de manhã…


(Risos)


Beto: Ai, deixa eu voltar para o foco.


Jess: Foca, Beto!


(Risos)


Zé Felipe: Não é hora para isso.


Jess: Bom minha gente, mas é isso aí, esse então foi o nosso primeiro drops, falamos aqui sobre a importância desse mês para nossa representatividade, pro nosso orgulho PCD. E sobre o que a gente quer aí diante dos próximos meses, próximos anos, essa perspectiva pros próximos orgulhos PCD's que vem adiante aí, quem sabe no ano que vem a gente escute esse podcast e faça um reach e a gente venha a comentar que: "nossa,! Hoje em dia já não se tem mais Capacitismo. Hoje em dia. (Risos) Um futuro distópico.


Beto: "Esse ano a gente foi na parada do orgulho LGBT…" LGBT não! Do orgulho PCD, oh, você viu como saiu automático né? Olha o ato falho!


Jess: Aham!


Zé Felipe: É!


(Risos)


Beto: Ai meu deus que vergonha!


Jess: É…


Beto: Mas é isso, né? A gente tem que…


Jess: É isso! Seguiremos…


Beto: Vamos literalmente correr atrás disso porque está na nossa mão! Porque se a gente ficar das outras pessoas fazerem, não vai rolar, vai a gente mesmo. É a gente por a gente mesmo. "Nada sobre nós sem nós!" Então…


Jess: Exato!


Beto: Bora correr atrás!


Jess: Ainda bem que somos fortes, somos unidos, somos capazes de botar o pé no mundo e mostrar a que viemos!


Beto: Amém!


Jess: Amém… A woman! (Risos)


Beto: A woman!


(Risos)


Beto: Nossa! perdão! (Risos)


Jess: Machista! (Risos)


Beto: Ai tô apertado! Desculpa! Corta, corta isso, gente! Edita, edita!


(Risos)


Jess: Vamos encerrando então o nosso primeiro drops do Piranhas cast. Eu sou @acromatajess nas redes


Beto: Eu sou @betomaiafilho


Jess: O Zé não está mais entre nós mas o @ dele é @zefellipee, todos os @ estarão na descrição. E qual que é o seu @ Pri?


Pri: O meu @ é o @pcdvale


Pro: @pcdvale, bem bonitinho lá no Instagram


Beto: Linda, maravilhosa!


Pri: Obrigado, gente! Boa noite! Beijão, beijão!


Jess: Obrigado, Pri, seja sempre muito bem vinda, volte sempre!


Beto: Obrigado, Pri!


Beto: Ah! Eu estava esquecendo! É importante ressaltar que todas as transcrições desse episódio também vai estar em www.valepcd.com.br


Jess: Isso aí! Arrasou!


Jess: Tchau, gente! Beijo!


Beto: Tchau, beijo!


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