Quem tem um pouco mais de convivência e intimidade comigo, sabe que eu sempre tive repulsa ao meu corpo, a minha deficiência, desde que completei quinze anos. Eu não compreendia o fato do por que da existência da minha deficiência. Por que eu?
E isto começou a afetar minha autoestima e tudo piorou depois que entrei em um colégio “famoso” aqui de Salvador. Passei poucas e boas para conseguir me impor e mostrar que eu também posso ocupar diversos espaços.
Os olhares, os questionamentos, as brincadeiras idiotas, as perguntas mal intencionadas e os deboches a cerca do meu corpo ao longo do tempo me destruíram.
Antes disso tudo acontecer, eu sempre fui uma pessoa com boa autoestima e bem humorada e animada. Agora, com um pouco mais de calma, paciência e tranquilidade... Deixa eu perguntar uma coisinha: o que há no meu corpo que faz com que a sociedade capacitista e opressora utilize-o como ferramenta de ironia, deboche e afins?
São os olhares, são as perguntas de má fé, são os questionamentos idiotas sobre o meu corpo que me fazem, todos os dias, desistir. Se querem saber eu vou contar alguns detalhes, não vejo problemas, bora lá:
1- Eu tenho ereção como todo e qualquer homem;
2- Eu me cuido diariamente;
3- Eu posso ter filhos e eles não herdarão a minha patologia;
4- Eu posso ter vida sexual ativa;
5- Eu sei o que significa masturbação e afins (ai gente, quanto tabu sobre isso aqui).
Enfim, normalizem corpos PcDs, gordos, magros, afeminados e se a vontade de ser indiscreto e perguntar alguma coisa bater na sua porta, pergunte: O que eu tenho a ver com o corpo alheio?
Coluna assinada por: Diogo Magno.
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