Foto preto e branco de duas pessoas negras, sem camisa, se abraçando. No canto direito, a bandeira lésbica.
Pouco se fala sobre a prevenção no sexo entre vaginas e não existem métodos específicos pensados para tal. A transmissão de ISTs não se dá apenas com a penetração durante o sexo, mas de várias formas, entre elas está o contato entre mucosas, sangue e sexo oral. Por isso, de nada tem a ver a orientação sexual com a contração de ISTs, devemos pensar apenas nas práticas sexuais. O que se deve evitar? Transar menstruada, dividir brinquedos, usar o mesmo dedo em diferentes cavidades, algum machucado que possa sangrar (na boca, na vulva, no dedo), verrugas genitais presentes em pessoas com HPV, plástico filme é poroso, calcinha de látex não protege no sexo oral.
Muitas pessoas com vagina costumam improvisar com formas alternativas, como cortar camisinhas, usar luvas cirúrgicas. A camisinha vaginal não protege por inteiro, pois deixa a vulva externa exposta e é um produto difícil de encontrar em farmácias, embora tenha distribuição gratuita em unidades de saúde. Como pode ser feita a prevenção? Troca de exames com a sua parceira; manter as unhas curtas e não retirar cutículas (que são uma proteção natural); observar a presença de verrugas e machucados na vulva antes do ato; utilizar camisinha no dildo; luvas ou dedeiras (muito usado por fono audiologistas) para proteger o dedo durante a penetração; camisinha feminina para penetração; dental dam (usado em tratamentos odontológicos); camisinha cortada para proteger a vulva;
Prevenção combinada é a melhor alternativa. Quanto maior o cuidado, mais seguro é o sexo.
Tipos mais comuns de ISTs
Vírus do papiloma humano (HPV): infecção que causa verrugas em diversas partes do corpo, dependendo do tipo do vírus. Muitas vezes não apresenta sintomas, podendo ficar latente por meses ou até anos, sem manifestar sinais. Em mulheres adultas e, principalmente, adolescentes, o HPV tem resolução natural organicamente, em até 24 meses. Suas primeiras manifestações surgem entre 2 a 8 meses, podendo levar até 20 anos. A baixa imunidade e a gravidez podem desencadear o surgimento de lesões.
Herpes genital: infecção comum sexualmente transmissível caracterizada por dor e feridas genitais. Uma vez infectado, não há cura, porém algumas pessoas podem não apresentar sinais. Pode ser transmitida pelo contato com a pele de uma pessoa infectada, que tenha alguma lesão visível ou não, ou pelo contato com fluidos vaginais ou saliva. É possível a infecção cruzada do vírus da herpes genital na boca, assim como herpes oral na vagina, se houver contato oral-genital.
Clamídia: uma doença comum e sexualmente transmissível que pode não apresentar sintomas. Sua infecção se dá nos órgãos genitais, mas também pode afetar a garganta e os olhos. A maioria dos casos acontecem entre pessoas de 15 e 24 anos. Pode ser transmitida por contato sexual ou passada para o bebê durante a gestação.
Gonorreia: infecção bacteriana sexualmente transmissível que, se não for tratada, pode causar infertilidade. Ela infecta o revestimento da uretra, do colo do útero, do reto e da garganta ou das membranas que cobrem a parte frontal do olho. 10 a 20% das mulheres apresentam poucos ou nenhum sintoma, e a infecção apenas é detectada nos exames de rotina ou quando o parceiro do sexo masculino é diagnosticado. Na maioria dos casos, as mulheres sentem apenas um leve desconforto e uma secreção parecida com pus saindo da vagina. Pode infectar os olhos do bebê durante o parto, causando conjuntivite, se a mãe estiver infectada.
HIV/AIDS: o HIV é o vírus causador da aids, enquanto a aids é a manifestação do vírus HIV. Ele interfere na capacidade do organismo de combater infecções, atacando o sistema imunológico. Se dá através da troca de fluidos corporais, como sangue, secreções vaginais, leite materno e sêmen. O HIV não tem cura, mas o tratamento pode evitar que se agrave e não se desenvolva a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
Sífilis: infecção bacteriana geralmente transmitida pelo contato sexual que começa como uma ferida indolor. Pode ser transmitida para a criança durante a gestação ou no parto. É curável e se apresenta em diversos estágios: sífilis primária, secundária, latente e terciária. A possibilidade de infecção é maior nos estágios primários e secundários.
Prevenção
Vacina: as vacinas são muito seguras, efetivas e recomendadas para prevenir hepatite B e infecções pelo vírus HPV. Ambas devem ser aplicadas preferencialmente antes do início da atividade sexual, mas podem ser utilizadas depois. As vacinas contra HPV são recomendadas para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos; pessoas que vivem HIV; pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;
Usar camisinha: o uso correto da camisinha é altamente efetivo na prevenção de ISTs. Ela deve ser usada no sexo vaginal, anal e oral. A camisinha é pouco efetiva na proteção contra herpes e HPV. Algumas infecções sexualmente transmissíveis podem ser tratadas e curadas, mas algumas não podem. Essa é uma das razões pela qual é VITAL preveni-las.
Faça Exames: todes, entre 13 e 64 anos, devem fazer exame para SIDA pelo menos uma vez; exame anual para sífilis, clamídia e gonorreia.
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